A essência do escritor

O escritor constrói sua essência ao longo de uma vida. Soma experiências, vivências, gostos, aprendizados, e aos poucos vai construindo os tijolos de seu estilo e de suas histórias que um dia, poderá ou não, colocar no papel. Comigo não foi diferente. Tudo o que vivi e presenciei somaram os pedacinhos que me tornaram o que sou hoje e deram vida às histórias que carrego dentro de mim.

No meu texto “Sementinha de escritora” eu dividi com vocês meus primeiros contatos com a escrita na infância. Mostrei alguns dos meus romances infantis e compartilhei um dos poemas da minha pré-adolescência. Depois dessa fase, o ato de escrever passou por um período ausente na minha vida. Mas as histórias sempre se fizeram presentes. E é sobre isso que eu gostaria de contar.

Escritor em gestação

Penso nesse período da minha vida como um período de gestação em relação à escrita. Eu nem se quer pensava nela. Nunca imaginei que existia uma escritora adormecida dentro de mim. Mas esses anos foram extremamente importantes para criar a minha identidade como tal. Pois foi o momento em que mais absorvi os estímulos e exemplos e os fiquei maturando dentro de mim. Foi quando me tornei efetivamente uma leitora.

Li muitos autores maravilhosos ao longo da minha vida: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Mário de Andrade, Drummond, Dostoievski, Kafka, Gabriel Garcia Marques, entre outros. Todos verdadeiros artistas das palavras, que não escreviam, mas sim desenhavam, pintavam histórias em forma de texto.

Apesar de admirá-los e aprender muito com essas leituras, não foi exatamente aí que encontrei a minha essência.

Desde muito pequena, eu já tinha claro o que prendia a minha atenção e me fazia preferir uma história a outra. E esse gosto só foi sendo lapidado a medida em que crescia e escolhia minhas próprias leituras.

As primeiras coleções de livros que lembro que devorei foram a “Coleção vagalume” (vários autores) e a “Os Karas” de Pedro Bandeira. Marcaram muitos o início da minha adolescência e minha vida de leitora. Foi fácil perceber do que eu gostava: mistério. Para uma história me prender, tinha que existir algum mistério.

Devorava qualquer tipo de mistério: suspense, fantástico, terror, policial. E acabei me apaixonando pois estava me encontrando no meio daquelas histórias.

Estava no cursinho pré-vestibular quando li o primeiro livro que realmente me deu medo: “Saco de ossos” de Stephen King. Adorei a sensação de sentir o mesmo frio na barriga que alguns filmes conseguiam provocar, mas vindo pela deliciosa viagem de um livro! A partir daí não parei mais.

Depois desse, foram muitos livros, de muitos autores, que me alimentaram de mistérios, dos mais diferentes tipos. Foram aí que algumas histórias começaram a nascer e se desenvolver. Foram eles que me mostraram a minha essência e a minha identidade como escritora.

Foram esses livros os responsáveis pela fase de gestação, para que no momento certo, as histórias nascessem de dentro de mim. Afinal, sem leitura, não existe escrita.

Divido com vocês alguns dos títulos que me influenciaram e me inspiraram. Que trilharam o caminho para que eu escrevesse as minhas próprias histórias.

” Não há, em literatura, uma fórmula mágica: bons escritores, são sempre, bons leitores.”

Robertison Frizero

” Se você não tempo de ler, você não terá tempo (ou as ferramentas) para escrever. Simples assim.”

Stephen King

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